A menina que virou Lua

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(Este post é especialmente dedicado para as mães de meninas! Mulheres moças e maduras certamente irão se beneficiar da leitura do post e do livro também… Homens podem, amorosamente, espiar: sentir-se-ão testemunhas de algo muito sagrado)

O livro “A menina que virou Lua” é uma preciosidade a ser lida com sua filha, bem no momento de transição com a chegada da menarca.

Leiam de preferência juntas, enroladinhas e abraçadas.

Reuni toda minha doçura e li pra minha filha, com voz cadenciada, doce, um tanto misteriosa e, por vezes, sussurrada.

Este texto ressignifica a feminilidade, a relação com os ciclos, prepara a menina para a NATURALIDADE, a beleza e a honra de ocupar um corpo feminino.

Rafaela ficou tocadíssima com este presente! Alegre, pacificada e satisfeita com o que leu.

Todas as noites ensino ela e os irmãos a fazerem três agradecimentos, antes de dormir. E ontem, ela agradeceu: “pelo livro, pela minha menstruação e pela minha mãe!” ❤️?

Entregou-se ao sono mais inteira em si mesma, pude sentir…

O curioso é que foi uma experiência muito forte PRA MIM. Ainda que tenha sido totalmente dedicada a ela…

Eu nunca antes havia chorado ao ver um desenho! Até ontem, quando precisei parar pra respirar e chorar ao ver a ilustração final da menina virando Lua. Um primor!❣️

Então entendi que este momento foi igualmente tão bonito e tão profundo para a adolescente que vive em mim!

Relembrei meu momento, aos 13 anos: a comemoração da minha mãe, as flores e o anel que ganhei na época, as ligações das tias e eu – feliz e envergonhada rsrs.

Depois, lembrei de minha caminhada nada fácil nesta seara menstrual, anos mais tarde. As dores, os sangramentos, a endometriose grave, as internações hospitalares e o uso do chip que encerrou a menstruação em mim há seis anos já… era isso ou tirar útero, ovários e um pedaço do intestino.

Lembrei dos julgamentos que fiz de mim mesma e do feminino em mim.

Eu me sentia menos mulher por não ter conectado com esta naturalidade toda…

A ausência dela, da menstruação, nunca a tornou tão presente em mim.

E diante do sorriso enluarado da minha filha, me senti mais mulher do que nunca!

Ontem era noite de Lua Cheia. Vi que todas essas delícias e dores, tudo que vivi e integrei deste tema em mim, até então, tudo valeu porque encontrou o seu destino: Rafaela.

Tudo que vivi teve sua razão de ser: criei algo novo e pude passar isso adiante, como o presente mais profundo de minha alma!

Abracei minha Dani adolescente, a Dani mulher jovem e a Dani madura também. Caminhamos pelo gramado prateado pela Lua gigante, poderosa. Nos abraçamos juntas e choramos pra mãe Terra e pra Lua – que também é Terra, um pedaço emprestado que Ela deu de Si mesma para nos iluminar nas noites escuras.

Máximo se fez presente, em silêncio, dando apoio, testemunhando. Reconhecendo a grandeza de tudo aquilo, sabendo-se participante daquele momento – tanto como meu companheiro e amante, quanto ao me tornar mãe da Rafaela. Fez-se presente, ainda que de forma recolhida.

Deixei a dor e as lágrimas escorrerem até que encontrei a vitória e os aprendizados do que vivi. Cantei pra força da Lua, agradeci, tomei sua força que vem de deixar-se ser iluminada plenamente pelo Sol. E pude dizer:

“Fico com o meu destino, aceito ele com prazer, com o desejo mais profundo que minha filha usufrua de um caminho mais leve nesta seara e, assim, possa ir mais longe em seu próprio caminho.”

(((Suspiro)))

Com esta experiência, eu me senti – pela primeira vez, de forma tão consciente – como uma ancestral.

Isso foi muito impactante e bonito pra mim. E me conectou com o que meus ancestrais possivelmente sentem por mim – que tenho tanto a tomar deles, tanto a usufruir…

Tudo que quero é que minha filha diga um imenso SIM e tome tudo que tenho a ofertar.

Muitos dos meus ancestrais, certamente, torcem para que eu faça o mesmo… Muitos dos ancestrais de todos nós, creio eu… ??✨

Agradeço à querida amiga @renatapinottialves que recomendou a leitura, e com quem tenho tantas trocas lindas. ??

Agradeço às autoras do texto, Morena Cardoso @danzamedicina e das ilustrações Julia Vargas @julialola. ????????

Que este livro, conectado com tudo que há de mais sagrado nesta Terra, vá longe, muito longe… ??✨

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