Tal qual casulo,
É na mãe que a vida acontece.
Proteção, calor, alimento.
Forno a forjar a vida e criar o aparelho de voo.
Para amadurecer, a borboleta tem suas asas fortalecidas por meio da pressão que faz contra a parede do casulo.
O pai-viço é a força que corre nas asas.
Por meio desta pressão, ele as impulsiona e prepara.
Confia que um dia estarão prontas pra romperem o casulo e alçarem voos, mundo afora.
A cada esticada que as asas dão dentro do casulo, este viço alcança, mais e mais, as extremidades das asas.
Até que estas estejam plenamente irrigadas e prontas para sentir as brisas dos céus.
Cortar a superfície do casulo antes da hora, resulta em uma borboleta com asas débeis, sem energia.
A pressão do casulo contra as asas, muitas vezes, incomoda os filhos.
Até que eles reconheçam que, sob esta força, são levados a tornarem-se ainda mais potentes.
Quanto maior a pressão do casulo, mais forte a borboleta precisa ser.
Assim acontece, também, entre mães e filhos.
Reconhecimento e gratidão são a chave para a transição: “Por favor, mamãe, preciso de sua benção para seguir”.
Diante deste clamor agradecido e sincero, mesmo o casulo mais resistente relaxa e abre passagem para ver seu filho voar.
Sabe que sua lembrança estará para sempre impressa nos milimétricos desenhos das asas.
Intui que seu amor se expressará a cada batida destas pelo ar.
Então, a mãe-casulo se abre!
Em solo e plena de esperança,
Se embevece ante a beleza que, junto à força do pai-viço, co-criou.
Neste ode ao processo da Vida
Bendigo as alegrias-experiência…
… de ser casulo!
… viço nas asas!
… borboleta a voar!