Sobre a ira e a mansidão

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Certa vez, fui fazer a implantação do Evangelho no Lar na casa de um aluno que havia se inscrito para receber a visita do grupo do qual fui integrante neste serviço, durante cerca de três anos de minha vida.

Chegamos eu e uma querida colega, com quem eu fazia dupla, à casa de sorridente aluno, que nos recebia com imensa alegria. Uma família grande nos esperava, e foi com surpresa que notamos a atitude desconfiada de seu pai.

Ao longo do culto no lar, este senhor fez algumas falas em tom de zombaria e ceticismo. E logo após abrir o Evangelho Segundo o Espiritismo, num item do capítulo 9, “Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos”, o pai leu a mensagem em voz alta e, ao final, bradou em tom irônico:

“Então, vocês vêm à minha casa, ensinar meu filho a ser brando e pacífico, como um cordeiro em meio aos lobos no mercado de trabalho atual, tão agressivo e competitivo? Ao agir assim, ele será, em pouco tempo, trucidado!!!”.

Um tanto impactada com a assertividade e tom de ira na pergunta, recebi a graça de uma intuição concedida pela assistência espiritual que nos guiava naquele momento. De pronto, respondi à pergunta do senhor, com outro questionamento:

“Caro senhor, eu lhe peço que não pense muito para responder ao que vou lhe perguntar, e que seja completamente sincero consigo mesmo para o que vier em sua mente. Por favor, me diga: no seu local de trabalho, quem é a primeira pessoa que lhe surge no pensamento, aquela pela qual o senhor tem a maior admiração? É uma pessoa com atitude agressiva ou é mansa de coração?.”

O suspense da resposta que viria a seguir foi finalizado com uma expressão desconcertada e surpresa no rosto daquele homem que, sem graça, teve a força de admitir: “Sim, é um homem manso de coração!”.

Agradeci sua sinceridade e, em solidariedade, expliquei que a ira é uma defesa que nós pais buscamos, às vezes, ensinar aos nossos filhos, por amor e cuidado. No entanto, expliquei também quão importante é deixarmos nossas mentes abertas para outras possibilidades e formas de lidar com o mundo. Atitudes que podem ser, muitas vezes, mais silenciosas, e que chegam ainda mais longe nos corações e, por que não, em resultados práticos, quando seguem fieis e conectadas com o Evangelho de Jesus.

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