Fui gerada às margens do Rio Negro, na floresta amazônica, onde meus pais moravam.
Meu pai, militar do exército, estava em missão e, no final da gestação de minha mãe, foi convocado a servir na capital federal.
Quase que os médicos não deixavam ela voar na reta final da gravidez. Mas, assim foi e, em Brasilia, nasci, no Hospital das Forças Armadas (HFA). Era uma manhã de quarta-feira, daquele janeiro de 1978, em pleno verão brasiliense.
Aqui, cresci e vivi quase toda a minha vida. Estive somente três anos fora – dois em Maceió e um na África. E pro quadradinho, invariavelmente, sempre voltava… pois, assim, a Vida o quis.
Infância, adolescência e fase adulta. Aqui, aprendi a ser muito de quem sou. Aqui, encontrei uma profissão. Aqui, me casei e tive filhos.
Muito de mim é fruto desta terra vermelha; deste céu amplo e vasto do Planalto Central; dos gramados ora secos, ora verdejantes.
Sou também filha de ipês, balões, tesourinhas, eixinhos e eixões. Plano Piloto, cidades satélites, chapada, pilotis e monumentos: cada um faz parte da minha alma, que se abre em agradecimento a esta terra que acolheu minha extensa família – avós, pais, irmãos, tios, primos e a todos os nossos descendentes.
Obrigada, Brasília, por tanto!!! Parabéns pelos seus 60 anos espetaculares de Vida… muita Vida!!!
(Daniela Migliari, Brasília, 21 de abril de 2020)
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