Muitos casais se unem com o anseio de serem livres, lado a lado.
Quem será o primeiro a admitir que esse discurso esconde um pé do lado de fora da porta?
Anos e anos de união, muitos filhos e construções em conjunto, e é possível ver: a liberdade vira vazio quando surge da indisponibilidade de se dar à relação!
Sempre por boas razões, claro! Dores e traumas de uma gata escaldada…
Vem de não querer pertencer por medo de perder: perder-me de mim mesma, da minha voz, medo de perder o ser amado um dia, enfim… medo!
Então, vamos vivendo e vendo que somos mesmo responsáveis por nossas escolhas.
Vamos ficando mais conscientes, protagonistas, resilientes.
Descobrimos que temos capacidade de lidar com a vida, e suas frustrações e perdas.
Nos damos conta que, bom mesmo, é estar em contato, ao descer pro “playground” da relação!
Nos surpreendemos ao constatar que é possível escolher pertencer, e acalmar o anseio-defesa de liberdade!
Percebemos que, mais do que nunca, ao deixar de focar neste medo, é possível parar de cumprir com as negociações inconscientes que sustentam a relação: “me dá isso que te dou aquilo!”; “deixo de viver minha verdade, e você fica”; “cumpro com você e você cumpre comigo”.
Fora do medo, está a alegria de dizer SIM a esta relação todos os dias.
É dizer SIM para sua finitude também e, então, curtir o agora A VALER!!!!
Ter a coragem e a alegria de ser quem sou, com todo o meu potencial!
Celebrar e curtir tudo o que meu companheiro é e faz!
E no lugar de barganhar espaço e liberdade, cuidar da relação com cuidado, bom senso e equilíbrio!
Colocar os dois pés pra dentro, enquanto a Vida nos permitir!
Admitir a REALIDADE, a VERDADE que quando estou numa relação, não estou livre!
E dar um sorriso ao perceber que nem quero estar mais tão livre assim… rs!
Essa ficha caiu de vez quando li o texto de Sophie Hellinger, “A Liberdade”, do seu novo livro “A própria felicidade – volume 1”:
“O que significa liberdade em uma relação conjugal? Muitas vezes, não quer dizer nada além de ‘Eu estou vazio’. Porque tudo que está preenchido está unido.
Quando um homem e uma mulher se amam e seu amor é plenamente consumado, eles perdem sua liberdade. A partir deste momento, estão ligados um ao outro. Eles não podem mais se separar sem sofrimento, sem culpa ou perda.
Estas são as forças da vida. Elas se apoderam de nós. Quem acha que pode dirigi-las de acordo com sua vontade é jogado contra a margem pelo fluxo da vida e lá encalha.
Portanto, se alguém diz: “Eu mesmo me realizo. O que acontece com minha família não me diz respeito”, o que ainda lhe resta da vida? Ele segue um desejo, mas o que este desejo lhe traz ao fim das contas?”
Vazio. Essa liberdade, não preciso mais.
A liberdade de escolher pertencer a esta relação, sendo eu mesma, com você, SIM, bem-vinda! <3
Sigo contigo, Máximo Migliari! Te amo!